domingo, 31 de julho de 2011

Trilha do Ouro

Clique no título e veja o João caindo da gaiola do Tião...

Imagem da Serra, subindo com a caminhonete
Trilha do Ouro


Planejamento (Parte técnica)

Utilizamos os links abaixo para montar grande parte do nosso roteiro e acredito que poderá ser bastante útil também para o seu planejamento.


Optamos por fazer o roteiro em 3 dias, com uma “esticadinha”, de 1 dia antes e 1 dia depois da Trilha, entre chegada à São José do Barreiro e depois mais uma noite em Mambucaba, depois da trilha, suavizando assim, em parte, esta travessia.

Em S. José do Barreiro, optamos por ficar em uma pousada indicada pelo pessoal da Pousada Barreirinha, Pousada dona Maria (12) 3117-1281, que fica bem no centro, é bem simples, mas limpa e com um bom espaço nos quartos. Não oferece café da manhã nem refeições, mas você consegue ambos pelo centro. Custo: Casal: R$ 60,00 e criança (até 12 anos), pagamos R$ 30,00 o pernoite.


Outros hotéis e pousadas em S.José do Barreiro:

http://www.hotelinsite.com.br/procura/resultado.asp?cid=sao+jose+do+barreiro

Para a Trilha do Ouro, é necessário reservar junto ao Parque Nacional da Serra da Bocaina Telefones: (12)3117-1225-2183 ou Linha Verde: 0800-618080 sua entrada.


Nós fizemos nossa reserva com o pessoal da Pousada Barreirinha, fone: (12) 3117-2205 onde passamos nossos dados (nome, endereço, cpf, identidade e telefone) e eles se encarregaram de efetuar a reserva junto ao Parque. Na autorização recebida, somos esclarecidos que :...”a autorização é necessária para o ingresso de hóspedes e visitantes com destino às residências situadas no interior do PNSB e a segurança das pessoas relacionadas, é de inteira responsabilidade do anfitrião. Os veículos estão somente autorizados a se dirigir ao destino discriminado, sendo expressamente vedado trânsito diverso no interior deste Parque Nacional e a parada em outros pontos que não o local de destino, bem como a saída por outros locais diferentes da portaria oficial”...

De fato, é “interessante” porque você tem acesso único, pela Portaria. Você tem o registro que entrou, mas lá embaixo (ou em nenhum outro lugar), o registro que você saiu. Fica a sugestão que deveria ter uma segunda portaria (nem que seja uma guarita), para dar baixa na sua saída, dentro do tempo previsto.

A Portaria contava com vários funcionários, mas já sabíamos que a Trilha é por sua conta e risco. Quem pode te apoiar dentro do Parque, são seus anfitriões, realmente, porque esperam sua chegada e avisam o próximo anfitrião. (previamente agendados)

Para a subida até o Parque

Alguns contatos:

-Zé Pescocinho: (12) 3117-1368, famoso “prestador do serviço”, indicados nos links citados, mas conversamos com ele e já está aposentado. Valeu a prosa gostosa, por telefone, algumas dicas e a principal, acredito, foi a compra de um mapa na papelaria do Fábio (perguntem, todos na cidade conhecem) e que apesar de não estar em escala correta, nos auxiliou nos nossos momentos de dúvida. Preço do mapa (xerox) R$ 2,50.

-Roger: (12) 3117-2050, fizemos a subida com ele.

Valores: R$ 180,00, com jipe para até 5 pessoas e R$ 200,00 para até 10 pessoas, com caminhonete. Bastante prestativo também, ainda contactou o pessoal da Padaria O Ponto, para que nos reservasse lugar para o nosso café da manhã antes da subida.

Outros telefones:

-Augusto (12) 3117-2146 ou (12) 9701-3248 .Obs: vimos reclamações sobre o  serviço deste  veja na parte de comentários, no final da reportagem. Melhor checar antes de contratá-lo.

-Eliezer: (12) 9737-1787 ou (12) 3117-2123 . No link acima referenciado, o pessoal contratou este profissional e recomendou seus serviços.

Antes.... na entrada do Parque

Hospedagens no Parque


Para o primeiro dia:

-Pousada Barreirinha (12) 3117-2205
Valor: R$ 70,00 por pessoa, incluido a pernoite, o banho, jantar e café da manhã.
Existe o opcional de vc esticar mais uns 4 km e ficar na Pousada da D. Palmira . (infelizmente, pesquisamos mas não achei o telefone dela).

Para o segundo dia:

Não temos o telefone, na realidade, não há telefone no local. Ficamos na Pousada do Tião, e o próprio pessoal da Pousada Barreirinha fez o contato com o proprietário e nossa reserva.
Valor: R$ 80,00 por pessoa, incluido a pernoite, o banho, jantar e café da manhã

Para o terceiro dia: saindo da Trilha do Ouro e translado até Mambucaba


O pessoal da Pousada Aldeia do Mar Valor: Casal: R$ 150,00 + cama adicional: R$ 60,00, com café da manhã (24) 3362-6690 ou 3362-6744 Deise ou Carla, que consegui com minha amiga Luciana, do blog Aquela Viagem onde ficamos para descansar depois da Trilha, conseguiu o telefone do Daniel (24) 9261-4629, com um Dobló, que fez o translado por R$ 50,00 (para todos, 5 pessoas)

Estou escrevendo tudo isso, porque foi bastante complicado acharmos um denominador comum para a logística de transporte, e também de Hospedagem, uma vez que a grande maioria das Pousadas em Mambucaba estavam com seus quartos alugados para os trabalhadores da constutora, e depois iríamos esticar até Ilha Grande, e que coloco aqui, para dar uma idéia para quando você planejar sua ida.

Também cotamos com outras duas pessoas:

-Valdo (24) 9949-1701, que cobrou R$ 30,00 por pessoa, ou seja, ficaria R$ 150,00 no total;

-Cláudio (24) 9972-7055, que cobrou R$ 150,00 no total, mas que teria que fazer o translado em duas viagens, porque seu carro não comportaria todos nós mais as bagagens.

Pelo preço pedido, desconsideramos estas duas alternativas, por ter ficado muito caro.

Haviam algumas variáveis e combinantes, seguem aqui para dar uma noção:

-opção 1: Roger :Entregar o carro em Mambucaba e pagarmos estacionamento em Angra

Por pessoa: R$ 40,00 Por grupo: R$ 200,00

Estacionamento: média R$ 25,00/dia x 4 dias = R$ 100,00

-opção 2: Roger: Entregar o carro em Angra

Por pessoa: R$ 66,00 Por grupo: R$ 400,00 (para dois carros, cada carro

sendo cobrado R$ 200,00

-opção 3: Daniel nos buscar na Ponte de arame e trazer até Mambucaba

Por pessoa: R$ 10~15,00 Por grupo: R$ 55~60,00

-opção 4: Daniel nos buscar na Ponte de arame, trazer até Mambucaba e depois nos levar até S.José do Barreiro: (pacote)

Por pessoa: R$ 90,00 Por grupo: R$ 450,00

A situação das pobres botas...
Poderíamos fazer o trajeto de ônibus? Sem dúvida, existe a possibilidade, então liguei para verificar os horários de ônibus e os possíveis translados:

- Na rodoviária em Barra Mansa, comprar bilhete da Viação Colitur até Bananal (vários horários). Já na Rodoviária de Bananal pegar o ônibus da Viação Pássaro Marron que segue para São José do Barreiro (também vários horários).

-Horários de Barra Mansa para Bananal (Viação Colitur): 6:10, 7:10, 8:10, 11:30, 13:20, 15:20, 17:20 e 18:50 hs (diariamente).

-Horários de Bananal para São José do Barreiro (Viação Pássaro Marron): 05:30, 10:00, 14:00

Colitur: (24) 3323-8640 / (24) 3323-1480 e 18:30 hs (diariamente).

Pássaro Marrom: (11) 6221-0244 / (12) 31321380,

Rodoviária de Barra Mansa: (24) 3323-4091 / (24) 3322-4275

Teríamos que verificar ainda, quais os horários de Angra para Barra Mansa, que consegui ligando: 5:30. 7:00, 8:15, 9:40, 11:30, 13:30 (os horários da manhã)

Seguem os preços dos ônibus, para uma idéia (informação recente também, liguei para confirmar nas empresas)

Angra para Barra Mansa (Colitur) Passagem por pessoa: R$ 26,50

Barra Mansa para Bananal (Colitur) Passagem por pessoa: R$ 7,30

Bananal para S.José do Barreiro (Pássaro Marrom) Passagem por pessoa: R$ 8,55

Bom, diante disto, sabendo que teríamos que fazer o translado:

Ilha Grande- Angra- Barra Mansa- Bananal- S.José do Barreiro, onde os horários não seriam uns seguidos dos outros, e levaríamos o dia todo para este transporte, acabamos optando pela opção 4, e ele acrescentou mais R$ 30,00 ao pacote, para não termos que voltar até Mambucaba de Angra e subir a serra direto, totalizando portanto R$ 480,00 no total, (ficando R$ 96,00 por pessoa) para 3 serviços:

1-buscar na Ponte de Arame, trazer até Mambucaba;

2-nos buscar no cais, em Angra, para não pegarmos o ônibus;

3-translado até S.José do Barreiro

Cabe aqui ressaltar, outra alternativa, que soubemos só depois, e se soubéssemos antes, teríamos utilizado esta,sem dúvida:

O Sr. Sebastião, da Pousada Barreirinha, ofereceu um outro modo de fazer a trilha:

Ele faz o translado de S.José do Barreiro até a entrada do Parque por R$ 180,00. De lá, entra com as mochilas e leva até a Pousada(cobra R$ 10,00 por mochila carregada no carro), e você segue somente com a mochilinha de ataque do dia, sem aquele monstro todo nas costas. 19 km com mochilinha é um alívio considerável!

Você começa a carregar a cargueira só no segundo dia, para a ida até o Tião.

No terceiro dia, ele pega o carro, (que vc deixou em S.J.Barreiro) e leva até a Ponte de Arame por R$ 150,00 o carro. Ele pode levar até dois carros, pois o filho também pode levar o outro carro.Tranca o carro e faz o caminho inverso e encontra com você no meio da trilha, para entregar a chave do carro.
Mais fácil não?

Cabe citar ainda, o receptivo local, MW Trekking  com várias opções de passeio, inclusive a Trilha do Ouro, por um valor aproximado de R$ 350,00 ~400,00 por pessoa.
Na próxima postagem, contamos a travessia, dia a dia...


terça-feira, 5 de julho de 2011

Senador Amaral


Estivemos em Senador Amaral, em companhia dos amigos Robson, Roseli e Giovanna, no último feriado de Corpus Christi. O município integra o  Circuito Serras Verdes do Sul de Minas, junto com aproximadamente 20 municípios. Distante 244 km de São Paulo, é a segunda cidade mais alta do Brasil, com 1553 metros de altitude, nos contrafortes da Serra da Mantiqueira. A temperatura varia de 4º C a 23º C.

Primeiro dia

Saímos cedinho de SP, para não pegar a Fernão Dias muito congestionada de manhã, no êxodo dos paulistanos a cada feriado. Logo na entrada para a Fernão Dias um infeliz inventa de cruzar a Dutra, às 3:30 hs da manhã, no meio das duas passarelas. Resultado, além de quase atropelarmos o infeliz, que lógico, nem se importou e deve ter continuado seu caminho irresponsável, o susto fez o João descontrolar o carro e até giramos na pista. Tivemos que ficar encostados um pouco para voltarmos nosso caminho, depois desse susto medonho!

Bangalôs da Pousada Ilhas do Sol
Mas, tudo seguiu tranqüilo na viagem e pelas indicações do Almeida, seguimos por dentro de Toledo e Munhoz e chegamos na  Pousada Ilha do Sol por volta das 06:30 hs, num friiiiiooo!!!!

Já havíamos combinado, então ele deixou o portão destrancado e a chave do nosso quarto na porta. Essa tranqüilidade seria impensável em outros lugares! Considerando o susto no início da viagem, ninguém conseguiu mais dormir, então decidimos explorar a pousada, antes disso, voltamos para o quarto para vestir mais roupas (tudo o que vcs puderem imaginar, mais calças, mais casacos, cachecol e até luva a Júlia colocou!) até a hora do café da manhã. Nosso frio era tão grande que nem conseguimos comer direito!

Cachoeira dos Luis
Sob o sol da manhã, que começava a esquentar, ficamos conversando um tempão com o Almeida que nos indicou algumas opções de passeio pelas cercanias e optamos por conhecer a  Cachoeira dos Luis (parece estranho, mas está assim no cartaz), e arredores. Saímos da Pousada quase 11:00 hs. Existem placas indicativas e é fácil chegar. Fica a cerca de 6 km da Pousada. A estrutura do local é bem organizada, com uma parte disponível para hospedagens (chalés) e restaurante. Pagamos R$ 3,00 por pessoa para a visita. O acesso à Cachoeira, muito bonita, por sinal, é feita por um caminho bem tranqüilo, possível a visitação tanto na parte de baixo da cachoeira e depois você volta pela trilha e visualiza pela parte alta. Não existem poços para banho, só mais para baixo, visualizamos um local que poderia servir como poço de banho, mas ninguém se aventurou. Chegamos até as torres de onde partem as tirolesas, mas o receptivo local ainda não havia chegado. Esperamos cerca de 40 minutos, assim como vimos alguns grupos chegarem, visitarem, esperarem, mas como o pessoal não chegava, desistimos e pegamos a trilha de volta até o restaurante. Perguntamos e o restaurante só serve refeições aos hóspedes. Na saída (por volta das 13:30 hs), encontramos a agência chegando com o equipamento, que nos ofereceram os folders e os passeios...

Cachoeira dos Luis
Por causa do horário combinado para almoço, não deu tempo para conhecer a Cachoeira do Avestruz, que é bem pertinho.

O combinado inicial na Pousada seria meia pensão, deixando o almoço para perto das localidades onde estivéssemos visitando, porém existe a necessidade de agendamento prévio com todos os locais que pudessem fornecer o almoço, então acabamos optando pela facilidade e proximidade, em almoçar na própria Pousada.

Chegamos, o Almeida preparou uma caipirinha de limão bravo (ou rosa, ou cravo), não sei direito o nome, e seguimos para o almoço, preparado com ingredientes da região: arroz, feijão, uma vaca atolada com mandioquinha, deliciosa,( e eu não sou lá muito fã de mandioquinha, mas esta estava diferente!), ervilha torta, um franguinho grelhado, salada e suco de morango purinho, da região.

Bom, não precisa dizer qual foi o nosso destino depois do estrago feito, e para desespero da Júlia (que odeia dormir à tarde!), nosso caminho foi para lençóis, como costuma dizer nossa querida e saudosa ogroturma! O começo do caminho é que foi engraçado... cada um foi se encostando onde podia, alguns escolheram as redes que “maldosamente” o Almeida e o Madeirinha, seu assistente foram espalhando pela varanda da Pousada, outros foram direto para a cama nos quartos, e o João escolheu um banco baixinho de madeira no meio do campo. A Júlia até foi levar um travesseirinho de trilha que nós compramos para testar e lá ficou, o corpo estendido sobre a tábua, debaixo do solzinho quente da tarde...

À tardezinha, caindo a noite, quando o frio começou a tomar conta, foi todo mundo, assim como o João (que se deu conta que lá estava largado) começar a se recolher para um banho delicioso, quentinho (meu medo era ter que tomar banho frio, ou morno debaixo daquele frio todo), e depois para o refeitório para uma sopa de mandioquinha, muito boa, antes incrementada com uma bacia de pinhão fresquinho, saído da panela de pressão, uma boa dose de prosa ao pé da lareira entre o grupo e cama!!!

Segundo dia

Acordamos por volta das 8:00 hs, desta vez não tão frio como o primeiro dia, ou porque o sol já começava a esquentar um pouquinho, ou porque começávamos a nos acostumar com o frio. Tomamos café e nos aprontamos para os passeios do dia:



Campos de aveia

Cachoeira do Julinho
   







      



Primeiro,visitamos a Cachoeira do Julinho, 4 km aproximadamente da Pousada. O Almeida nos acompanhou nestes passeios. Deixamos os carros na entrada da propriedade e uma trilha tranqüila, cerca de 1:30 h de caminhada depois, passando por um vasto campo de aveia, verdinho, verdinho, chegamos à Cachoeira. . No finalzinho da cachoeira, o Almeida indicou um lugar que dá para brincar de escorregar. Muito gostosa, o João tomou banho, logicamente, e escorregou também, mas só ele teve coragem. A Júlia ia tentar, mas o frio da água fez ela desisitr.

Fizemos o caminho de volta até os carros, por um caminho diferente e depois, na volta da Pousada, passamos em uma propriedade para a esperada colheita de morangos!

Digamos que nossa “produção” não foi muito boa porque a cada 2 que colhíamos um era “degustado”, mas nossos amigos conseguiram uma boa colheita. Morangos fresquinhos, macios e doces, bem diferentes do que compramos no mercado, além do preço que o proprietário nos ofertou. Cada caixinha com 4 (daqueles de mercado mesmo), ele cobrou R$ 6,00! Havia também plantação de tomates cerejas e cobraram o mesmo preço. Também foi combinado que seria cobrado o valor de R$2,00 por pessoa para a colheita. Como nós comentamos entre nós, pagaríamos com prazer se fosse R$ 10,00 a caixa, ao produtor, como nós costumamos pagar em São Paulo (quando encontramos aqueles caminhões, vendendo “Morangos de Atibaia”). Daí podemos ter uma leve idéia de como os atravessadores ganham em cima do produtor, que é quem tem o maior trabalho e quem é menos remunerado nesta cadeia toda...


Plantação de tomates

Morangos
Voltamos para a Pousada, almoçamos, e depois do almoço fizemos uma pequena caminhada na estrada.
Á noite, ele combinou de acender a fogueira e para combinar com o evento, nossos amigos foram para a cozinha e prepararam um quentão, bem fraquinho que até a Júlia, completamente avessa a álcool, achou muito bom!



Depois da sopa (dessa vez um caldo verde), fomos um pouco para a fogueira e só então nos demos conta que a Júlia nunca havia visto uma. Nesta era de videogames, Wii, Nintendo DS, msn e afins, onde as crianças não se impressionam com mais nada, foi interessante observar o encantamento que uma simples e prosaica fogueira ofereceu a uma criança urbana.

Nem pensar em coisas que fazíamos quando crianças, como pular fogueira (eu não, particularmente, nunca tive pernas o suficiente para isso), soltar fogos de artifício instruídas por nossos pais, comer pinhão e batata doce assada na fogueira e a oportunidade de ficar até altas horas, sem se preocupar como hoje, com a “friagem”, o “choque térmico”, o “sereno” na cabeça, que pode “fazer mal” para a rinite e a alergia...Será possível que somente em viagens tenhamos a oportunidade de experimentar ou de reviver sabores, prazeres e delícias antes esquecidas? Ou justamente, são momentos como esses que nos fazem nos “desprender” das amarras a que nós mesmos nos forçamos? Credo, momento filosófico, mas foi isso o que nos passou pela cabeça, também, por causa de uma simples e prosaica fogueira.

Terceiro dia
Com a Pousada com mais hóspedes, desta vez tivemos mais acompanhantes para os nossos passeios do dia.

Pedra da Onça
Primeiro, visitamos a Pedra da Onça, como dito no site da Pousada, um dos lugares mais bonitos do sul de Minas, com uma vista espetacular, muito utilizado para saltos de asa delta. Deixamos os carros no pé da pedra, fomos recepcionados por uma siriema e subimos a trilha, tranqüila, uns 400 metros. Havia uma casinha de um senhor que morou lá durante algum tempo, do jeito que foi encontrado, com os restos de sua cama, o fogão, e os restos de uma colméia enorme!!!! De lá, foi possível avistar até a cidade de Cambuí. Uma vista realmente belíssima, mas o melhor estava por vir!

Avistamos subindo pela estradinha que dava acesso à pedra, um tratorzinho vermelho. Quando estávamos já descendo, o trator parou e corremos na frente, junto com o Almeida, porque achamos que os carros estavam bloqueando a passagem do trator para a propriedade. Nada disso, o senhor era proprietário das terras e só tinha feito uma paradinha para prosear. Ele perguntou ao Almeida se ele sabia que havia uma trilha que dava acesso á parte debaixo da pedra. O Almeida se surpreendeu e perguntou se topávamos ir ver a trilha . –Claaaro!!! – foi nossa resposta e seguimos avidamente o senhor pela trilha que realmente, não dava para saber do caminho, quando passamos pela beira da estrada, fazendo todos os outros dar meia volta e avisar da recém “descoberta” trilha. Estava um pouco fechada, mas havia sinais de passagens de outras pessoas, infelizmente com um pouco de lixo, aqui e ali. A pedra, por cima, forma uma espécie de abrigo, e ali, o proprietário disse que era onde o senhor (aquele da casinha com a colméia) se abrigava antes e havia também sinais de fogueira. Nos remeteu, na hora, de uma pedra muito semelhante, que conhecemos em  Piraí do Sul do nosso amigo Emerson, e começamos a procurar, eu e a Júlia, sinais de habitações anteriores.


A parte debaixo da Pedra da Onça
Não somos arqueólogas, claro, mas achamos sinais, que lembram pinturas rupestres, como as vistas em Piraí, onde um destes desenhos demonstra o que parece a figura de um peixe. Ainda muito excitadas com a descoberta, resolvemos ver se contornássemos um pouquinho o caminho, onde iríamos chegar e fomos tocando em frente, com o Almeida logo atrás. Ele ficou receoso, dizendo que seria melhor voltarmos, mas a Júlia identificou uma trilha, mal feita, mas com marcas de passagem. Insistimos que se seguíssemos, conseguiríamos contornar o caminho e sair do outro lado da pedra. Ele foi para a frente, pediu que seguíssemos bem tranqüilamente, sem pressa e disse que voltaria com uma corda para auxiliar na subida.


Neste intervalo, achamos que estávamos só nós três, mas o grupo todo já estava atrás de nós, subindo com dificuldade o finalzinho, bem íngreme, sem uma trilha certinha, e acabamos saindo bem do lado da casinha com a colméia que relatamos no começo e o Almeida, no final do grupo, carregando a corda nos ombros e com meu boné que deixei pendurado numa árvore, que seria nosso caminho de volta. Nem sei se alguém acabou usando a corda no final das contas.

Só por esta trilha, bem aventura, como disse a Júlia, nossa vinda a Senador Amaral já estava paga!!!


"peixe?"

Mais pinturas??

    









Túneis egípicios

Um dos atrativos comentados no jornal que recebemos sobre o Circuito Serras Verdes (motivo da nossa viagem, aliás), em uma das feiras de turismo, nem me lembro mais qual, fazia menção a estes túneis, que comentei com o Almeida, e ele sabia da existência, mas não havia tido a oportunidade de visitar antes. Com a nossa curiosidade (principalmente da Júlia, sim sua porção nerd, em todos os assuntos de mitologia grega e egípicia), ele arrumou um motivo a mais para visitar o local e fomos lá, passando de volta pelo centro de Senador.


Entrada dos Túneis

Fomos recepcionados pelo Sr. Campos e sua família, assim mesmo, sem agendamento prévio. A propriedade estava desativada, mas este disse que em breve pretende ativa-la como Pousada, em aproximadamente um ou dois meses e também, a visitação aos túneis.

A propriedade tem um potencial muito grande, toda a estrutura é muito bem feita, bem acabada, com 6 quartos na parte superior, em madeira e vidro, onde os quartos dão visão para uma floresta de pinhos, ou para os campos. Existe uma estrutura para o restaurante muito bem feita também, e alguns quartos na parte inferior ainda. Com algumas melhorias, como as piscinas e o lago na entrada da propriedade e algumas implementações nos túneis, seria perfeito para receber grupos dos mais variados tipos, desde aqueles que procuram um local calmo para um retiro, até para algum evento com adolescentes.


Dentro dos túneis...
Uma das "saídas secretas"
   












Os túneis: o Sr.Campos conta que o projeto surgiu a partir de uma visita feita ao Egito e a construção levou cerca de 10 anos para ser concluída. Existe uma infinidade de túneis, não foi possível sua exploração total, até porque estávamos sem lanterna para todos, então, literalmente, não foi possível ver muita coisa...rsrsrs. Fomos tateando, por aquelas paredes, agarrando quem a gente mal conhecia, pelo pavor do escuro, de cair e de se perder..hehehe...O “clima” ainda era maior por causa acho que neta, do Sr. Campos e mais duas amiguinhas, que brincavam dentro dos túneis, e gritavam a toda hora, entrecortando os gritos por gargalhadas... conforme ele ia andando, ia explicando, aqui, tem uma saída para tal lugar, ali, nós vamos sair em lugar tal, e isso nos aguçou a curiosidade para vermos os túneis em funcionamento total, com todas as saídas.


Sala do Silêncio

Após a saída principal, que dá acesso à chamada Sala do Silêncio, fomos “presenteados” até com uma revoada de morcegos, em cima de uma das corajosas integrantes do grupo, a Bia, que cismou de “ir ver o que tem naquela passagem”. Foi uma gritaria geral, daqueles que já estavam na Sala do Silêncio, sob os olhares daqueles que saíam assustados das escadarias escuras dos túneis, por causa dos nossos gritos, coisa de filme! Fala, Sr. Campos, tudo foi combinado e os morcegos o senhor contratou, né não?


Torre


Saímos por uma das “passagens secretas”, do outro lado por onde entramos. Ainda visitamos a Torre, que têm 3 quartos, muito diferentes e com um “quê’ de clima Harry Potter. Só faltou a coruja, mas na falta da Edwiges, a Bia e a Júia encontraram no alto da Torre, filhotes de (eu acho, o Sr. Campos falou, eu esqueci que bicho era) gavião, com dois ratinhos mortos, para completar o clima do passeio!



Nossa despedida foi feita com o tradicional suco de morango da região, gentilmente oferecida pelo César, filho do Sr. Campos.

Voltamos extasiados com os passeios do dia para um almoço tardio na Pousada e até dispensamos o jantar, por conta do horário, combinando um lanchinho só.



Último dia

Acordamos, e para não pegar o trânsito de volta, já armamos o carro e pegamos a estrada logo após o café da manhã e com pesar no coração. Lógico que acabamos pegando trânsito na volta, já em Atibaia, e o compromisso que eu tinha para a tarde não pude comparecer.

Nossas impressões finais
Um lugar bastante aprazível, com inúmeras possibilidades de visitação e de passeios, muito perto de São Paulo e com um potencial turístico riquíssimo, como consta do guia da Serras Verdes, romance, compras, ecoturismo, aventura, cultural, contemplação, rural e religioso, entre tantas outras oportunidades. Não sei nem porque não despontou antes.

A idéia das parcerias locais, investindo não somente na sua propriedade, única e exclusivamente, mas gerando oportunidades a todos envolvidos, desde o produtor, com a valorização da produção local, como o caso do cardápio envolvendo a cultura da mandioquinha e do morango, até a visita e indicação de passeios e pousadas vizinhas, do proprietário da Pousada Ilhas do Sol, Almeida, alavancando o turismo como um dos, se não, o principal atrativo turístico da região nos cativou e nos fez optar por semos acolhidos em seu refúgio.

Cabe dizer ainda, que aliado a sua visão, a calorosa receptividade, seu desprendimento, seu desejo em nos deixar a vontade, não somente a nosso grupo, mas a todos os outros hóspedes e promover a interação entre o grupo presente (o que acabou acontecendo de maneira bastante tranqüila e naturalmente),destaque aqui para o casal Bia e Guilherme, que tornaram nossa estadia ainda mais agradável, reforça a nossa inerente natureza de “trilheiros”. O prazer que nos foi proporcionado, de “descobrirmos” uma trilha, de conhecer lugares ainda quase intocados, de ter contato, de sentar e ouvir um “causo” com gente da própria terra, de conhecer lugares onde ainda imperam a simplicidade, a prosa no fogão a lenha, valem para nós muuuuito mais que locais graduados com inúmeras estrelas, onde você conversa (conversa não, solicita o serviço) com o “concierge” ou o gerente, nas águas mornas das piscinas e da alta gastronomia mundial. Deve ser um prato cheio para quem gosta,afinal, futebol, religião e gosto por viagem não se discute, mas pelas experiências que vivenciamos, não é nossa praia.