Depois de uma noite bem dormida, acordamos bem tranquilos na
Pousada Aldeia do Mar , indicado pela minha amiga Luciana, do blog
Aquela Viagem e tomamos um café maravilhoso, beeem tranquilos. A senhora que servia o café nos explicou que muitos hóspedes são funcionários da Usina de Angra e que então “moram” na Pousada, assim como várias pousadas de Mambucaba estão só com funcionários como hóspedes.
Arrumamos nossas coisas e saímos da Pousada às 9:30 hs, pegamos o ônibus da Colitur na Rio-Santos para Angra dos Reis. Custou R$ 4,50 por pessoa. A distância entre Mambucaba e Angra é de cerca de 52 km. O ônibus vai beirando aquele mar azul turquesa e vimos a famosa usina.
Chegamos em Angra dos Reis às 11:15 hs, mas a barca já havia saído às 11:00 hs, então o jeito foi pegar o catamarã, que fizeram para nós 5 por R$ 90,00. Nada muuuito vantajoso, pois o preço normal é de R$ 20,00 por pessoa.
Rodamos o centrinho de Angra, que não tem lá
muitos atrativos, e fizemos hora até às 13:30 hs, o horário de saída do catamarã. Chegamos por volta das 15:00 hs em
Ilha Grande.
O caminho é bonito, o mar é verde esmeralda, você vai passando por ilhotas aqui e acolá, mas depois de 1 h e meia, onde nós estávamos mal acomodados, acabamos querendo que o “passeio” terminasse logo..
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A cidade preparada para a "festa Julina" |
Procuramos nossa Pousada reservada, Acalanto. Aqui, um bom exemplo do que o que vimos na internet pode ser uma tremenda furada. Pesquisei pelo site : http://www.ilhagrande.org/Promocao-Ilha-Grande-Pousada, como sempre, dou uma ligada para “sentir” o clima do local, a receptividade do dono da Pousada, mas como acabei dando uma atenção maior para o roteiro da Trilha do Ouro que antecedia esta viagem, e esta foi no embalo da outra viagem, a opção pelo menor preço desta vez (R$ 104,00 a diária para nós três) foi totalmente errônea... Pena que a Tânia e o Felipe tenham que ter passado por esta infeliz experiência conosco...
O site da
Pousada Acalanto, está mais condizente agora, com o que ele dizia que oferecia na configuração apresentada em junho de 2011, inclusive com os dizeres que ela está à venda. Pudemos percebemos que ela deve ter tido o seu auge, há 20 anos atrás (pela decoração), e que agora está em completo abandono. O site referenciava que haviam dois barcos, que os hóspedes da Pousada tinham 10% de desconto nos passeios, e mais outros serviços. A funcionária se esforçava para ser simpática, prestativa, nos deixar bem à vontade, e nos arrumar o que estivesse ao seu alcance, mas a falta de estrutura não é de sua responsabilidade. Pronto, comecei o desabafo, e depois conto como foi nossa estadia ao longo da história...
Voltando ao relato, a Pousada realmente era bem próxima do cais, como está descrito no mapa do site, o problema foi que cada vez que íamos entrando num beco, ia dando mais medo... nos instalamos, como foi possível e saímos para explorar a Vila de Abraão.
Almoçamos na Donna Olívia, bem pertinho do cais, quase o PF do dia, R$ 20,00 por pessoa com mistura mais dois acompanhamentos, bem farto e apesar do horário, quase umas 4:00 hs da tarde, ainda estava fresco e bem saboroso (ou de novo, será que era a fome...) e depois, ficamos batendo perna, até voltar a Pousada e descansar. Nesta dia, a Tânia foi puxar a cortina do quarto e ela caiu na sua mão e nós tínhamos um tempo específico para tomar banho: até o chuveiro começar a cheirar queimado, então tínhamos que desligar... A sensação de claustrofobia que eu senti no meio da noite,(ou era o cheiro de queimado que ficava dentro do banheiro, por causa do chuveiro) não me deixou dormir e tive que sair para a saleta para tomar ar, ler umas revistas, espairecer para ver se o sono chegava...
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Pq. Estadual da Ilha Grande |
No dia seguinte, o café da manhã farto nos surpreendeu: muitas frutas (banana, abacaxi, melão, mamão), dois tipos de bolos, presunto, queijo, pãozinho francês, café, leite, chá e cereal, em grande quantidade.
Saímos para passear. A Tânia nos levou para o lado esquerdo da Ilha, andamos o primeiro trecho do Parque, visitamos o núcleo do Parque Estadual, a Praia Preta, as ruínas do Lazareto, as ruínas do aqueduto, voltamos pelo Poço e pelo Mirante do Aqueduto. Uma trilha bem tranquila, (apesar que só fizemos uma parte, só ficou o gostinho de quero mais...) e a parte das ruínas, é bastante interessante.
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Praia de Lopes Mendes |
Voltamos para a vila e pegamos o passeio para a Praia de Lopes Mendes, considerada uma das mais bonitas e famosas da Ilha, R$ 15,00 por pessoa.
Tem uma trilha bem curtinha, depois que desce do barco, e nós fazendo a trilha de chinelo, fomos bem devagarzinho. Encontramos no meio do caminho, um mico, e começamos a oferecer frutas secas que tínhamos levado para comer. Foram chegando mais e mais, e até chegarmos à praia, levamos um tempão, brincando com os micos.
O tempo começava a virar, e em vez da praia paradisíaca, que esperávamos, encontramos a praia cheia de gente, e o mar azul já se transformava num mar revolto, escuro, começava a ventar muito e a ameaçar chuva, o que acabou espantando todo o pessoal, inclusive nós, que curtimos um pouquinho a praia, comemos alguma coisinha, mas logo rumávamos de volta pela trilha para o cais, pegar o barco de volta.
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A Ilha Grande com o Pico do Papagaio
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O mais chato foi que quando chegamos na Vila de Abraão, nem parecia que fechava o tempo do outro lado da ilha...
Voltamos para a Pousada, banho e jantamos no Bougainville, no restaurante do Sr. William, que eu não lembro o nome do lugar... Nós fomos de PF novamente, R$ 14,00 por pessoa, a Júlia e o Felipe foram de espaguete. Comida honesta, pelo preço, mas o do dia anterior estava mais apetitoso... A única exceção aqui, foi o Felipe, que foi de espaguete aos frutos do mar e ele disse que estava excelente.
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Lagoa Verde |
No dia seguinte, depois do café, fomos fazer o clássico passeio da volta na Ilha de lancha. Conseguimos um pacote bom, de R$ 80,00 por pessoa, na Agência Águas Vivas, que não fariam todas as praias da meia volta (que ficaria R$ 100,00 , não consigo lembrar direito, ou a volta toda que seria cerca de R$ 150,00, (acho que era mais ou menos este valor) levando o dia inteiro...). Estávamos com receio do tempo, considerando o dia anterior e ainda estava nublado, e também porque várias paradas compreendiam mergulho, e estávamos com receio da temperatura da água, então acabamos optando por este passeio “alternativo”, mas que garantiram que iríamos aproveitar bastante. Este pacote alternativo, compreendia as visitas à: Lagoa Verde, Lagoa Azul, Praia do Amor, Saco do Céu e Praia da Feiticeira, além da barca ficar exclusiva para nós.
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Lagoa Azul |
Partimos para o passeio, com o Jorge, Lancha Woodstock, bem profissional, e que depois nos disse que se contratássemos o serviço dele direto, seria mais em conta, pois não teria o “atravessador”, a agência. Bom, fica aqui a dica para a próxima vez ou para quando você for, fazer o contato direto com ele
Começamos pela Lagoa Verde, lugar lindo mesmo, e com uma água linda, transparente e muitos, muitos peixes. Aqui, seguindo a dica do pessoal da agência e do Jorge, fizemos o pedido para o Restaurante Refúgio das Caravelas, para quando chegássemos nossos pedidos já estivessem prontos.
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Moqueca mista |
Fomos fazendo os passeios seguintes, a Lagoa Azul, igualmente linda, depois a Praia do Amor e quando saímos de lá, o Jorge avisou o restaurante que estávamos chegando, assim os aperitivos que havíamos pedido estariam fresquinhos.
Chegamos lá, um lugar escondidinho, e apreciamos nossa porção de pastéis quentinhos e a Tânia e o Fe as casquinhas de siri.
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Peixe na folha de bananeira |
Depois chegaram os nossos pedidos: a Tânia e o Fe pediram a moqueca mista e nós o peixe na folha de bananeira. Bom, as fotos falam por si só, e como parece que a gente vive para comer, não preciso dar mais detalhes...
Descansamos um pouquinho, não dava para ser de outra forma, e partimos no finalzinho para a última parada, na Praia da Feiticeira.
Chegamos à tardezinha, o passeio vale a pena mesmo, recomendamos os serviços do Jorge, muito prestativo, nos deixou extremamente à vontade, foi ótimo, porque acabamos ficando com a lancha somente para nós, então ficamos o tempo que quisemos em cada lugar. O passeio de lancha é de outro dinamismo, deu para comparar com o dia anterior, que era de barco, e foi bem mais lento. Mesmo com a água não tão quentinha, (acredito que no verão deva ser bem mais agradável), valeu a pena!
Pousada , banho e fomos matar a vontade do Felipe, que não falava em outra coisa desde a chegada na Ilha: o crepe de Nutella. O lugar onde eles haviam comido a iguaria, havia fechado, e fomos no Pato Crepes, um lugar bem bonitinho, e pedimos todos o crepe de nutella, cerca de R$ 13,00. Existem duas versões, pedimos os dois para provar, muuuito bom, não saia da Ilha sem provar!
Praia da Feiticeira
Dia seguinte, tomamos café sossegados, pois esperávamos pegar a barca das 10:00 hs de volta à Angra dos Reis, onde o Daniel estaria nos esperando por volta das 12:30 no cais. Só um detalhe: o chuveiro finalmente não aguentou e queimou quando o João tomava banho nesta manhã...
No fechamento da conta da “fabulosa” Pousada Acalanto, mais uma surpresa nos aguardava: no site, estava claro que aceitavam todos os cartões e lógico que não era bem assim (aliás agora entendo porque mudaram o site assim, rapidinho...). Ainda bem que estava com uma folhinha de cheque, se não era capaz de termos que ficar para “arrumar a pousada” para pagarmos nossa mal e porca instalação nesses dias...
Chegando no cais da Vila, pegamos o catamarã das 9:00 hs saindo (eram cerca de 9:15 hs), e negociamos, e a viagem que duraria cerca de 2:30 hs, custando cerca de R$ 13,00, na barca, acabou ficando de R$ 25,00 para R$ 20,00 por pessoa, durando cerca de 1 hora. De dentro do catamarã, consegui falar com o Daniel, que disse que tinha tido uma intercorrência, e outra pessoa ia nos buscar, e conseguiu ainda, que das 12:30~13:00 hs marcado, adiantássemos para cerca das 11:00 hs.
Horários dos Catamarãs
(24) 3365-6426 ou (24) 3361-5500
Angra x Abrãao Abraão x Angra (R$25,00 por pessoa)
8:00 9:00
11:00 12:30
16:00 17:00
Horário das Barcas
0800-7044113
Segunda a sexta-feira (cerca de R$ 6,50 por pessoa)
Angra x Abrãao: 15:30
Abrãao x Angra: 10:00 hs
Sábados, Domingos e Feriados (R$ 14,00 ou R$ 25,00 ida e volta por pessoa)
Angra x Abrãao: 13:30
Abrãao x Angra: 10:00
Estacionamento em Angra dos Reis:
Dois Irmãos (24) 3377-4282 ou (24) 3365-0593
São Cristóvão (24) 3367-2242
Os dois cobram o mesmo valor: R$ 25,00 o veículo para 24 horas.
Olha a quantidade de peixes!!
Encontramos o S. Valim, (24) 9992-7510 ou 9225-3233,entre umas perdidas (Angra têm dois cais) e não sabíamos onde ele nos pegaria, por volta das 11:30 hs, o que adiantou nossa subida em 1 h e meia. A subida iria tudo bem se, como disse o S.Valim, não tivesse mais curvas que estrada, e dois integrantes do grupo "chamaram o Hugo" no caminho (vamos manter as identidades guardadas aqui para a privacidade pessoal, hehehe...), e aqueles que não chamaram ficaram lembrando o nome dele o tempo todo...
Chegamos em São José do Barreiro por volta das 15:00 hs, entre as paradas para as intercorrências, e limpar o carro, e o restabelecimento depois dos incidentes, (recomendamos os serviços do S.Valim, ele foi super compreensivo e não se abalou, coitado...), pagamos o combinado com o Daniel (R$ 400,00 para o grupo), nos despedimos e resolvemos parar para seguir a viagem de volta para São Paulo na Padaria O Ponto, pois havíamos tido uma primeira impressão muito boa, na subida para a Trilha do Ouro. Desta vez, porém, decepção total, o tempo que economizamos na subida, e no catamarã, perdemos todo, com o preparo do lanche na padaria, para não ser no mínimo indelicada, o tempo de espera foi inversamente proporcional ao que comemos...
Nos despedimos e rumamos de volta à São Paulo, perto das 16:30 hs.
Nossas impressões:
Sempre ouvi muito falar deste lugar, e nutria grandes expectativas nesta visita. O João também sempre me falou muito, pois frequentava a Ilha desde 1992~1993, e dizia que nós deveríamos conhecer.
Confessso que fiquei meio frustrada com o local, e a Júlia também, até o João acabou meio decepcionado, comparado ao que ele conheceu há 18 anos atrás.
Primeiro, como a Tânia falou, é praia, e cada vez mais acredito que não somos “gente de praia”. Somos “do mato”...Ficamos na Vila de Abraão, e a despeito de todas as facilidades que ficar no centro proporciona, como restaurantes, lojinhas, etc, também tira um pouco daquele sossego que nós buscamos. Andar no centro sendo assediado o tempo todo pelos funcionários e proprietários de restaurantes, enfiando quase o cardápio no seu nariz, e o pessoal das agências chamando e oferecendo os pacotes de passeio, nos fez sentir um pouco (guardadas as proporções, mas é a sensação que passamos e comentamos em casa, fazer o que...) é como quando você está vendo vitrine e o vendedor nem te deixa olhar direito e você (pelo menos eu faço isso), vai embora da loja esperando um momento menos “grude” para ficar sossegado...
Ok, ok, entendo que faz parte, afinal é um local turístico, eles sobrevivem disso, não estamos generalizando, etc,etc,etc, mas se a primeira impressão é a que fica, a que ficou, pelo menos para nós, não foi das melhores...o assédio, a pousada tenebrosa, o agito, quem sabe, ficando num lugar mais isolado, como o João costumava ficar antes, ou outras pessoas que também gostaram da Ilha ficaram, pegando mais trilhas, vi depois pelo mapa que comprei e recebemos no cais de Angra, que existem inúmeras trilhas, com diversas cachoeiras,teríamos aproveitado mais a nossa estadia, ou seja, se não existisse ou fosse minimizado o "capitalismo selvagem" aqui, e se mantiverem as belezas naturais, de forma organizada, estruturando o turismo, estabelecendo um mínimo de padrão de qualidade, a Ilha pode e deve sim, manter o título de cenário paradisíaco tropical.