Depois do chá de coca na barraca, mesma coisa, guardar os sleepings bags,
isolantes, trocar de roupa e desayuno, dessa vez com omelete, salada uma aveia
já previamente preparada para misturar com café ou chocolate. Aqui foi o ponto
onde nos despedimos do arriero, Alex, e não obrigatório, mas vale a
propina-gorjeta, de praxe.
Começaram a passar pelo camping várias pessoas já iniciando a descida,
inclusive várias vans para descer o pessoal. Sugerimos ao Ogro esssa opção, mas
ele disse que tinha vindo para caminhar, não para andar de bus, então, fazer o
que... O Osgel disse que deveria ser cerca de S/ 10,00 para cada um.
Nosso alento era o fato de ser descida, e... para descer, todo santo
ajuda. Também era estradão, então não tinha muito problema, e ainda o fato de que
estávamos descendo mesmo, e a diminuição da altitude ajudava muito a
respirar...
No começo da estrada, há a opção de atravessar o rio e seguir por uma
trilha, só que do outro lado, margeando o rio. Optamos pelo estradão mesmo.
Estrada |
Conforme descrito no programa, a paisagem vai mudando mesmo, e da
vegetação de altitude, passa para a tropical, e se nos distraíssemos por um
momento, era como estar caminhando em qualquer lugar aqui do Brasil.
O caminho vai passando por várias cachoeiras do lado direito e o rio
sempre do lado esquerdo. O Osgel ainda ia de vez em quando parando e apontando
a vegetação e nos apresentou a granadilha, que comemos, com aspecto de maracujá
mas dentro bem docinha, e ajudou meu estômago já avariado.
a granadilha |
Saímos de Colpapampa à 2.800 m e chegamos, 13 km depois e cerca de 5~6
hs, à Playa, que fica a 2.400 m. Nunca imaginamos que isso iria acontecer,
considerando o frio de Cusco, que ficaríamos só de bermuda e camiseta.
Começamos todos paramentados e fomos descascando ao longo do trajeto. O lugar
fica no fim do vale mesmo, é cheio de barracas para todos os lados e têm alguns
pontos de comércio e vários locais que devem funcionar como restaurante.
Sinceramente, se você puder pegar o bus para descer esta parte, vale a pena,
afinal, é estradão, e mesmo com o avistamento das cachoeiras e tudo, não é lá,
uma caminhada imprescindível.
o almoço na Playa |
O Roberto já nos esperava com o almoço pronto em um destes, com o suco,
sopa, arroz, guacamole, salada de legumes, frango e mandioca cozida.
Comemos e pegamos um bus até Santa Teresa, nosso acampamento desta noite,
20 km depois, sacolejando numa van, junto com mais 10~11 pessoas por uma
estrada poeirenta, por cerca de 1:30 hs. Santa Teresa é grande até, tem vários
comércios, a plaza principal e o pessoal comentou depois que tem até balada à
noite.
Já havíamos comentado com o Osgel sobre as Termas de Santa Teresa, mas
ainda haviam informações que não era possível visitar, pois na enchente do rio
Santa Teresa em 2010, tinha sido destruído. Ficamos muito contentes quando
disseram que estava reformado e que poderíamos visitar o lugar, e ele combinou
com o mesmo bus que nos levou até o acampamento, por S/ 10,00 cada a ida e volta até as Termas. Nos trocamos bem
rapidinho e seguimos para os Baños Termales de Cocalmayo.
Imprescindível, não deixe de ir quando for a Santa Teresa. Todo mundo
fala das termas em Aguas Calientes, mas o que vimos não nos apeteceu, digamos
assim, naquele piscinão com azulejos verdes e águas marrons, mas o de
Cocalmayo, mesmo sendo piscinões, têm a água cristalina, e cada piscina tem uma
temperatura diferente. Você pode começar da ducha natural que cai mais para
baixo da área das piscinas, e vir subindo, da mais fria para a mais quente, foi
o que o Ogro fez. Nós tomamos a ducha normal, obrigatória, logo depois da
entrada e já fomos para a mais quente.
Uma delícia!!!!
Uma pena que na pressa, nós esquecemos de levar a máquina, então,
enquanto o Osgel não manda as fotos dele, vou anexar de outros lugares, só para
se ter uma idéia:
Achei um blog sobre Cocalmayo , mas ainda achei meio incompleto.
Este vídeo , um tanto antiguinho, de 04 anos atrás, mostra como era o lugar
antes. Agora está com uma configuração um pouco diferente.
Aqui as opiniões do pessoal da TripAdvisor.
Chegamos aos Baños por volta das 15:30 hs e teríamos 2 horas mais ou
menos para desfrutar do lugar. Na sua visita, aproveite para chegar o mais cedo
que você puder. Lá pelas 16~16:30 hs, começam a chegar gente de todo lado: o
pessoal que faz o Inca Jungle termina aqui, mais um monte de bus chegando de
Santa Teresa, faz o lugar mais tarde ficar parecendo um piscinão público.
Por volta das 18:00 hs o bus veio nos buscar e voltamos ao acampamento. O
jantar foi marcado por um banquete de despedida. Detalhe: tinha comentado com o
Osgel para deixar o jantar sendo apenas a sopa e o Roberto poderia nos
acompanhar às Termas, o que foi veementemente negado pelo Roberto, dizendo que
ele estava lá era para cozinhar, o que ele iria fazer com toda aquela comida de
volta para Cusco???
Assim, seguido do banquete, com a sopa depois arroz, macarronada, frango,
salada e papas releñas, seguimos conversando com o Osgel e o Roberto um tempão,
“papo chato”, na convenção da Júlia, sobre a política local, entre eles saúde,
educação, economia, os planos de governo, tudo explicado com muitos detalhes e
muito orgulho, e parênteses aqui, eles tinham comentado da grande festa que rola
neste acampamento, da moçada que se reúne depois do jantar em torno da fogueira
e ao som de muita música alta, e que nós nos poderíamos nos reunir a esta
confraternização.
Se tivéssemos 25 anos, faixa etária média, (ou bem menos) acredito, da
grande maioria dos frequentadores da trilha, estávamos lá embaixo, mas
preferimos conversar com os guias sobre essas coisas, inadmissível para os
jovens, ao passo que ficamos também surpresos, pois o nível de esclarecimento,
o patriotismo é bem diferente dos jovens que encontramos no nosso país, não
generalizando, mas a conversa usual que ouvimos, sobre futebol, novela, Big
Brother ou coisas do gênero como A Fazenda faz pensar sobre os rumos que
estamos tomando. Ou não, é coisa de gente velha e chata, como a gente...
Fomos dormir com essas reflexões, ao som de Michel Teló, Macarena, e
outras músicas de igual qualidade e cansados pelo dia, mas satisfeitos pela
conversa, nem a “música boa” atrapalhou o sono.