Cachoeira do Félix |
Estivemos a primeira vez entre
1998 e 1999, eu ainda grávida da Júlia. Não sei porque acabamos demorando tanto
para voltar a este lugarzinho simpático...
Fomos agora, no feriado de 07 de
setembro. Como a Pousada que escolhemos estava um pouquinho
afastada e o check-in seria somente à partir das 14:00 hs, seguimos o conselho
do Gilberto e resolvemos conhecer a cidade e algumas cachoeiras logo na
chegada.
Tomamos café na Padaria Central,
na frente da Delegacia e procuramos o CAT.
A Valquíria nos atendeu e deu um
mapa com algumas cacheiras possíveis de serem visitadas. Um mapa com um lado
das cachoeiras do lado de Socorro e do outro lado, as cachoeiras sinalizadas do
lado de Munhoz.
Decidimos fazer as do lado de
Socorro, pelo mesmo caminho que havíamos chegado.
Cachoeira do Machado I |
Nossa primeira parada foi a
Cachoeira do Machado I.
A indicação aqui, é voltando de
Bueno para Socorro, entrar na placa indicando o Centro de Terapias
Alternativas, à direita, uns 7 km, e tem uma plaquinha azul, escrito cachoeira
(igual a todas as outras placas que indicam cachoeiras da cidade...).
Siga as placas e chegará em um tipo
de estacionamento (foi o que ingenuamente pensamos, na primeira vez, depois com
a visita a outros lugares e passando pela cidade pudemos observar que na
verdade, são os terreiros para secagem de café).
Uma senhora já veio nos atender e
cobrar os R$ 2,00 de entrada para a visita a cachoeira.
Descemos uma trilhazinha e no
quintal da propriedade fica a cachoeira.
Cachoeira do Machado II |
Seguimos depois para a Machado
II. Fica seguindo um pouquinho mais para frente da estrada (em direção ainda à
Socorro, não mais que 1 km). Tem uma plaquinha azul à esquerda, indicando a
cachoeira. Na entrada que indica o Restaurante dos Girassóis e a Pousada
Recanto das Flores. Também é só seguir as indicações e você chega na
propriedade, que pagará R$ 3,00 por pessoa.
O acesso é um pouco mais longo,
mas a trilha é tranquilinha.
Como pegamos um tempo bem seco, as cachoeiras estavam
com pouco volume de água, mas ainda assim, é uma cachoeira bem bonitaCachoeira do Félix, com a parte da prainha |
Depois, voltando pela estrada,
agora em direção à Bueno Brandão, visitamos a cachoeira do Félix. As indicações
são as placas para a Pousada Som das Águas e Sítio Duas Meninas.
Uma das cachoeiras mais
visitadas, com um poço raso e uma prainha. Tem um barzinho na entrada e cobra
R$ 5,00 por pessoa.
A trilha para a Cachoeira do Félix |
Achamos a trilha interessante,
feita com pneus. A cachoeira é bem bonita, mas não foi muito animador encontrar
a cachoeira com bastante gente e muita gritaria... não entendo mesmo, porque as
pessoas têm que gritar tanto em cachoeira...
Acabamos ficando eu e a Júlia
observando a cachoeira na parte de cima e o João entrou para um rápido mergulho
e voltamos para o carro.
Hora do almoço, fomos almoçar no
O Cumpadi, no centro da cidade. Acabamos optando pelo quilo.
Confesso que esperava um pouco
mais. A comida é típica mineira.
Pousada Portal das Cachoeiras |
Hora então de procurar a Pousada Portal das Cachoeiras.
Vacilada não ter pego a indicação que consta certinho no site. Lógico que
passamos e fomos parar quase em Inconfidentes...
.
Como um senhor explicou (acabamos
entrando na propriedade da pessoa para perguntar, coisa que acabamos fazendo
váaarias vezes, pois as indicações de placas, são inexistentes), seguimos em
direção ao Bairro de Boa Vista dos Barbosas, passando pela Boa Vista dos Pedros
e Boa Vista dos Crispins. O site da pousada explica, mas a dica aqui, são os
dois pontos de ônibus que ficam na estrada, um na frente do outro. Avistamos a
Pousada de longe, identificando a grande pedreira que emoldura os chalés de
longe, que vimos no site e no folder que pegamos no CAT, então, depois disso foi
fácil.
Fomos recepcionados pelos
simpáticos Gilberto e Denise, que logo nos puseram a vontade e nos encaminharam
ao chalé.
São somente 04 chalés, com
capacidade para 04 pessoas cada e só. Um silêncio e privacidade que trouxeram
aconchego e tranquilidade e enquanto o Ogro dormia o sono dos justos (e dos
gripados, hehehe), eu e a Júlia saímos à tarde para explorar a Pousada.
O Gilberto nos deu o mapinha da
Pousada e fomos nós, tentar tomar um banho de cachoeira por causa do grande
calor. Aproveitamos para deixar encomendada uma sopa que eles preparam se você
fizer o pedido até às 14:00 hs. Passava já deste horário, mas eles disseram que
dariam um jeitinho...
Entardecer na Pousada |
Descobrimos uma boa parte, nos
refrescamos um pouquinho num regato e deixamos para explorar o resto com o
Ogro.
Já anoitecendo, sentamos na
sacada do chalé para ver o pôr do sol, a festa dos passarinhos, que estavam em
revoada total, como disse o Gilberto, todos ocupadíssimos fazendo seus ninhos.
Olha aí, pessoal do BirdWatching, mais um lugar para explorar!
Por volta das 20:00 hs fomos a
casa principal, para tomar a sopa, conversamos um pouquinho e às 21:00 hs já
estávamos nos recolhendo, ao som de grilos, a silhueta do morro bem na nossa
frente. Nem fechamos as cortinas para acordarmos no dia seguinte com o visual
do morro, das árvores e da mata em volta.
O salão do café da manhã |
O café da manhã |
Dia seguinte, café da manhã. Vocês sabem da nossa tendência glutona, e aqui não foi diferente...
O café é bem gostoso, com dois
tipos de suco, queijo fresco da região, frios, frutas, pão de queijo (não pode
faltar em Minas), pão integral, pão de mandioquinha, bolo de fubá, de milho, de
cenoura e pão de hortelã, tudo uma delícia, regado com um café forte,
delicioso, que tive que perguntar, lógico.
O Gilberto explicou que era época
da colheita mesmo do café, e como já havíamos percebido no dia anterior, todos
os pequenos produtores já haviam colhido e agora estava na época da secagem nos
terreiros. Comentei isto e que vi muitas beneficiadoras de café no caminho e
ele nos indicou o Zé do Pó, no centro de Bueno, que compra o café dos pequenos
produtores e que nós poderíamos comprar também. Lógico que eu não poderia
passar essa...
Pegamos mais um mapinha com o
Gilberto, para a Cachoeira dos Barbosas, e saímos para mais um dia de passeio.
Cachoeira dos Barbosas |
Fica bem perto da Pousada, e em
vez de seguir à esquerda, de volta para Bueno, seguir em frente até um vilarejo
pequeno. Na escola, entre à esquerda, contornando o campo de futebol e pegue a
estradinha da direita. Sua referência aqui é a casa da D. Olívia e as duas
enormes paineiras (lógico que erramos, mas um senhor nos mostrou as paineiras
lá embaixo).
Chegando, não paga a entrada, e o
Gilberto nos explicou para adentrar a porteirinha e seguir o terreno. Não
achamos a porteirinha, pois pensamos em outro tipo de porta e perguntamos para
um morador mais para cima do terreno, que muito cordialmente, deixou seus
afazeres no terreiro de café e veio nos mostrar o local, abrindo a porteira do
gado e indicando onde descer para chegar à cachoeira.
Só descer e se guiar pelo som das
águas. A cachoeira bem conservada, com um poço bom para banho, não tinha
ninguém e pensamos em retornar à tarde, para uma ducha.
Voltamos para a estrada, e paramos no centro
para procurar o Zé do Pó, pois sábado, era capaz de não encontrarmos aberto,
depois, à tarde. Perguntamos no CAT, e a Valquíria não sabia onde ficava...ficamos
brincando: a pessoa chega e pergunta sobre o “Zé do Pó”, é meio estranho
mesmo...perguntamos então para uma senhorinha que vendia artesanato (só vi esta
loja, não sei se existem mais, com artigos de crochê) que explicou como chegar. Fomos
tentando nos guiar pelo cheiro, como o Gilberto falou, que era uma portinha de
garagem e sentiríamos o cheiro da rua e dito e feito, encontramos mesmo a casa.
Pagamos R$ 10,00 o quilo
Cachoeira do Mergulho |
Continuamos a saga pela busca das
cachoeiras, agora em sentido da cidade de Munhoz.
Procuramos primeiro a Cachoeira
do Mergulho, que parecia interessante. Redundante dizer que nos perdemos, mesmo
com as indicações e os mapas. Percebemos que algo estava errado quando achamos
a placa para a Cachoeira dos Luis, e decidimos voltar. A Júlia falou que achava
que o bar do turista que o mapa indicava era aquele bem pertinho da saída da
cidade e lá fomos nós, voltando, e não é que era mesmo?
A dica aqui, é depois do
barzinho, entrar à esquerda, sentido Bom Repouso e Campo Alegre, na direção
oposta para quem segue para Munhoz.
O barzinho |
De lá, achar a cachoeira foi bem
fácil. Do alto da estrada, você vê um ranchinho de sapé, uns 10 km e tem
identificação da Cachoeira. Também estava bem cheio de gente, uns 5~6 carros,
um monte de gente no rancho, muitos isopores, cheeeios de cerveja, uma coisa
não muito agradável...perguntamos se precisava pagar ingresso, e alguém nos
conseguiu responder que não...
Descemos para a cachoeira e por
sorte, o pessoal permaneceu lá em cima e deu para o João aproveitar a
cachoeira, tomar uma ducha, bem na hora que o pessoal que estava lá em cima
resolveu começar a descer...
Cachoeira da Cascavel |
Decidimos visitar mais uma
cachoeira antes do almoço, e fomos para o lado das Cachoeiras do David I e II e
da Cascavel, sentido estrada Bueno- Munhoz, numa bifurcação à direita, na placa
Estância Pé da Serra, onde a maioria dos carros entram e com placa de cachoeira
desta vez.
Só sei que não conseguimos achar,
perguntamos e o pessoal (a dificuldade é encontrar alguém para perguntar),
indicou um caminho que eu sinceramente não conseguiria fazer de novo ou
explicar aqui, infelizmente, mas andando pela estrada, o João viu uma cachoeira
de longe, no meio do pasto, então tentamos chegar nos guiando pelo visual.
Olhando os Site do Augusto e da Prefeitura,
concluo que visitamos a Cachoeira da Cascavel. É bem bonita, tem um poço para
banho, mas como estava um pouco cheio, para variar, resolvemos nos refrescar um
pouquinho mais para baixo, num outro pocinho para crianças...
Hora do almoço, voltamos para a
cidade, e desta vez, fomos ao Villa Bueno, bem parecido com o do dia anterior,
mas achamos a variedade maior e mais saboroso. O único detalhe é que também
estava bem cheio e precisamos esperar um pouco para podermos encontrar lugar.
Camping do Vinho |
Seu Zé Roberto |
Voltamos ao CAT, perguntei sobre
uma adega que tinha lido a Valquíria nos indicou o Camping do Vinho, pertinho do
centro.
O começo da propriedade é uma
área de camping, bem arborizada e aprazível. A adega fica na parte de cima da
propriedade. Estava bem cheio de gente, um ambiente bem simples,
despretensioso, como se o proprietário estivesse recebendo um monte de visita
em sua casa, bem informal.
As garrafas ficam disponíveis na
grande mesa de madeira no centro do salão e todos que chegam podem degustar a
vontade. Além dos vinhos, (existe um de amora), vendem geleias também.
Provamos dois tipos e compramos
um com o nome de Jeropiga, por R$ 16,00, que a D. Laura nos explicou que é
feito só com a lágrima da uva.
Comecei a puxar papo e o pessoal
que estava lá, muito animado disseram que eram de São Paulo também, da região
de Santo André e que visitavam a cidade e o lugar “-sempre que podiam” e um
deles me mostrou as fotos do dia anterior que passaram lá fazendo pastel com a
D. Laura e que nós devíamos marcar um dia e também participar do “festival do
pastel”, imperdível e muito bom, segundo eles. O S. Zé Roberto também mostrou
as massas penduradas no salão, que haviam feito juntos. A julgar pelo
entusiasmo e pelas efusivas recomendações parece gostoso mesmo, e quem sabe não
voltamos para também testar a experiência (e a comilança).
Passamos no supermercado
Vantajoso (sempre passamos no mercado local, independente do local que estamos
visitando), compramos umas guloseimas, na padaria para comprar uns salgados,
que são muito bons e rumamos para a Pousada.
Na Pousada Portal das Cachoeiras |
Levamos o Ogro para conhecer a
trilha e também acabamos de conhecer os remansos, tomamos um banho, voltamos
para o chalé e mais à noitinha, lanchamos.
Dia seguinte, o delicioso café da
manhã novamente, nos despedimos já com saudades do Gilberto e da Denise, e
decidimos voltar mais cedo, para ver se não pegávamos muito congestionamento, o
que não adiantou nada porque pegamos tudo parado desde Atibaia, então fizemos
uma “pequena” volta saindo da Fernão Dias e rumando para a Dutra, chegando 4 hs
depois, num percurso que normalmente se levaria 2hs, 2hs e meia, no máximo,
indo devagarzinho.
Nossas impressões
Um lugar bem pertinho de São
Paulo, perfeito para uma escapada de final de semana, aclamado por ter mais de
30 cachoeiras, mas como disse nosso anfitrião Gilberto, como a região é
abundante em água, se procurar devem existir muito mais.
O problema realmente é a
sinalização precária dos atrativos.
Fica a dica aqui para a
Prefeitura estudar com todos os interessados da cidade (pousadeiros, donos de
restaurantes, proprietários) a viabilidade de colocar as plaquinhas de
identificação, até de forma personalizada, como chegamos a ver em muitas
cidades turísticas.
Bueno Brandão ainda continua
simples, singela, acolhedora e autêntica como nós conhecemos há 14 anos atrás . Talvez justamente a falta de
identificação, as estradas de terra precárias em alguns lugares, as pousadas de
difícil acesso mantenham o turismão padrão mais um tempo longe.
Resta saber como definir para a cidade e como
cruzar a tênue linha existente entre a divulgação massiva para
o turismo desenfreado, o aumento do custo das pousadas e dos serviços, como
presenciamos em vários lugares que visitávamos antes e que ultimamente têm se
mostrado proibitivo, e por consequência, afastado os visitantes.