domingo, 4 de setembro de 2011

Segundo dia- O início da Trilha do Ouro- da Portaria do Pq. Nacional até a Pousada Barreirinha


A caminhonete do Roger

O início da Trilha do Ouro, propriamente dita.

Acordamos cedo, nos arrumamos e 6:30 hs, já estávamos rumando para a padaria O Ponto, num frio!! Já estava aberto a nossa espera mesmo, a atendente nos indicou o salão lá em cima, mais resevado e quentinho!! O Roger nos esperava já com a caminhonete e lá de cima no salão, vimos a Flávia e o Gabriel chegarem.
Como sabíamos que iríamos sacolejar na caminhonete, nada muito forte, um pão na chapa, café preto, bem básico.
Saímos por volta das 7:30 da cidade, rumo ao Parque Nacional da Serra da Bocaina, subida devagarzinho, na carroceria aberta, admirando a paisagem de frio, com aquela neblina subindo, o céu de um azul indescritível, batendo papo com os amigos, trocando idéias e experiências, coisa boa!
Paramos um pouco para tirar fotos, o frio apertando, e 2:00~2:30 hs e cerca de 27 km depois, chegamos na Portaria do Parque, com muito frio.
Nossas autorizações já estavam na Portaria, com nossos nomes, deixados pelo pessoal da Pousada Barreirinha, conforme o combinado, assinamos a autorização, os Guarda-Parques nos informaram que a temperatura havia sido naquela manhã de -1º C!!, daí o frio que ainda sentíamos!
Pegamos uma informação básica do caminho, pois o que mais nos preocupava era errar o caminho e não conseguir chegar nas pousadas, mas eles disseram que não tinha erro, era só seguir a estrada, então, para frente e avante!
Bem, não foi assim, tãaao, para frente e avante... O Gabriel e a Flávia estavam com problemas em acomodar todos os equipamentos, pois eles iriam ficar acampados, não nas pousadas, então havia muuuita carga e víamos que a Flávia estava sentindo muito o peso da mochila, enorme!!!
Também seria a primeira travessia mesmo, da Tânia e do Felipe e até a mochila “incorporar” em você e começar a fazer parte do seu corpo, demora, assim como nós, destreinados com o peso, tivemos que começar bem devagarzinho para que o cérebro e o corpo assimilasse que aquele peso enorme agora fazia parte do seu ser...
Entre arrumadas de mochila, tirar saquinho, colocar saquinho, ajustar alças, pensar 50 vezes que deveria ter deixado metade da comida na cidade, se perguntar porque *!# tinha que ter uma camiseta limpa para cada dia, por que tínhamos que trazer tanta roupa de praia, e coisas do tipo, entramos na trilha de fato, por volta das 10:30 hs, quase 11:00 hs.
Compramos um pedômetro desta vez, do modelo mais básico possível e levamos para “teste” na Trilha do Ouro. O manual já dizia que não era muito indicado para terrenos irregulares, mas a teimosia foi maior e pendurei na minha cintura para testar.
A trilha, apesar de temermos muito nos perder, por causa de alguns relatos, foi na maior parte do tempo, tranquila, com relação à sinalização, mas tentaremos dar o “passo a passo”, para reforçar o caminho. Nos dois primeiros dias, basicamente é seguir a estrada e nos pontos onde poderia causar alguma dúvida, tinha uma indicação.
Como o Gabriel e a Flávia estavam com problemas com a carga, acabamos deixando eles para trás e seguindo a trilha.



Cachoeira Santo Isidro

No comecinho da trilha mesmo, cerca de 1,5 km como dizem os relatos e o mapa do Fábio,você encontra a Cachoeira Santo Isidro, ponto de parada obrigatória. Existia plaquinha indicando. A descida é bastante íngreme, e aqui, aconselhamos deixar a mochila bem no começo da trilha e pegá-la na volta. Desça só com água ou alguma coisinha que quiser comer, por exemplo, e só. Acreditamos que todos que estejam dentro do Parque não teriam nenhum interesse especial na sua mochila. É um peso completamente desnecessário, e alivia bem a subida depois. Não deixe de visita-la, é realmente muito bonita!
Depois, o mesmo caminho de volta, subindo e continuar a trilha na estrada.
Depois de subirmos e andarmos um pedacinho, encontramos um grupo que estava com carros 4 x 4, nos cumprimentamos e eles disseram que estavam com as mochilas de um casal que tinham arrebentado a alça e estavam voltando para a Portaria... logo encontramos o Gabriel e a Flávia mais para a frente. Eles passaram pela gente enquanto estávamos lá em baixo na cachoeira, e infelizmente deixaram de fazer a travessia, por causa da alça arrebentada mesmo, deu um aperto no coração, ver eles voltando...uma pena!
Nada de muitas novidades na Trilha em si. Seguindo o mapa que tínhamos em mãos, só identificamos a parte que diz: Atalho- trilhinha, onde existe uma placa também, indicando o atalho (portanto, não tinha como não ver). De acordo com o desenho do mapa, deve cortar bem o caminho e é o único trecho dentro da mata, neste primeiro dia. Já começamos a perceber neste atalho, o que nos aguardava nos dias seguintes... muito úmido, por causa da mata fechada, a terra bem úmida, em vários trechos molhada mesmo e bem escorregadia, além de algumas pedras soltas...


                                                                                      Cachoeira das Posses
O pedômetro se mostrou como dizia o manual, completamente ineficaz neste tipo de terreno. Neste ponto marcava cerca de 5,5 km e estávamos inconformados... Sabíamos pela indicação excelente relato do Clube dos Aventureiros, onde baseamos quase 100% da nossa viagem, que perto do km 8, encontraríamos a Cachoeira das Posses. Havia também, uma placa indicando a Cachoeira. O Felipe estava já bem cansado e ele ficou no começo da trilha, guardando as nossas mochilas (lição aprendida!) para descansar um pouco, enquanto íamos visitar a cachoeira. Como diz o relato, existem locais muito bons para armar barraca, uma clareira grande, e uma casa abandonada, onde se estivéssemos preparados para acampar, seria por aqui mesmo que ficaríamos. O acesso para a Cachoeira é bem tranquilo, a descida não é tão grande como para a Santo Isidro. Comemos um lanchinho rápido, e voltamos para o começo da trilha, com o Felipe já reestabelecido para continuarmos a trilha.
Voltamos para a estrada e depois de cerca de 1,5~2 km, a estrada começa a subir, subir, e encontramos uma placa indicando o acesso para Arapeí, á esquerda e a trilha indicando a estrada principal. Ficamos meio em dúvida, mas quando achamos a placa indicativa da Trilha do Ouro e Mambucaba para a esquerda e da Pousada Vale dos Veados a direita, há 4 km, ficamos muito felizes, pois pelo menos até lá estávamos certos!
Depois deste trecho de subida, como o relato diz mesmo, continuamos subindo, e a paisagem vai se abrindo, realmente um dos pontos mais bonitos da travessia. Os vales tingidos com aqueles tons de lilás e laranja misturados nos brindaram com visuais incríveis.


Entardecer no Parque Nacional da Serra da Bocaina

Começávamos a ficar preocupados, pois o entardecer durou bem pouco tempo, e logo anoiteceu. A lua ainda não estava cheia, mas já clareava bem o caminho. Insistimos com as “crianças” em não acender a lanterna, pois a luz da lua era suficiente para clarear o caminho, novidade para elas. Sempre comentamos da luz da lua para a Júlia, mas foi somente aqui que ela pôde visualizar de fato...mas conforme fomos descendo, o caminho foi ficando mais cheio de pedras, algumas fendas nas longas descidas, e o risco de cair aumentando, então, todos de lanterna.
O desânimo, o cansaço, a fome, a dor nos ombros, nas pernas e nos pés, o desespero de não achar a “p” daquela capelinha, para sinalizar se estávamos perto ou não (de acordo com o relato, no km 17 mais ou menos) foi tomando conta..e conforme o mapa (e como o Felipe falava muito preocupado para mim: “-ainda nem viramos a primeira página!...”) ainda deveria faltar um bom pedaço!
Andamos quietinhos, encorajando as crianças (e nós mesmos por dentro, “continue a andar, continue a andar...”), falta pouco, falta pouco...passamos pela capelinha finalmente, e infelizmente a descrição da vista lindíssima não foi possível avistar, diante da escuridão...
Depois de 1,5 km, 2 km, vimos lá no fundo do vale, uma luzinha fraca, que deve ser a mesma sensação (ai que exagero, eu sei, mas acho que foi o que me passou pela cabeça naquele momento...) daqueles que estão no deserto e encontram um oásis... fomos literalmente, quase nos arrastando até a entrada da Pousada Barreirinha.
Já nos esperavam, o S.Sebastião e a D. Vanda, preocupados com nosso atraso. Deveria ser cerca de 20:00 hs! Desabamos no sofá, largados, por um tempo... O S. Sebastião se assustou com a nossa carga para três dias de caminhada! Explicamos que grande parte era da tralha para a praia...
Já nos conduziram para os nossos quartos, (a luz de velas), um banho quentinho, de serpentina, gostoooso, aconchegante, nos encaminharam para outra sala ao lado, uma mesa grande com várias cadeiras, lareira acesa, para nos aquecer e jantar! Esplêndido, caseiro, farto, onde fomos à cozinha, com fogão á lenha, pegar a comida da panela mesmo, mais “casa de vó” impossível, com arroz, feijão, salada, frango empanado e mandioca frita! Sempre comento que não sei se era a fome ou o cansaço, mas estava muuuuito bom! Acho que a D.Vanda fez para eles jantarem depois, e temo não ter sobrado muita coisa para eles depois, coitados!
Bom, daí para a cama, não consigo lembrar quando nos “teletransportamos” para a cama...

 










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