domingo, 3 de junho de 2012

Liberdade



Liberdade

A Liberdade, é um bairro no centro de São Paulo com a maior concentração de asiáticos (japoneses, chineses e coreanos) por metro quadrado e tudo o que se refere a sua cultura.
É ponto de “abastecimento” como no nosso caso, para buscar as iguarias orientais para a culinária, aos sábados e domingos funciona a feirinha tradicional, pegando a Praça da Liberdade e ruas adjacentes, ver as novidades da cultura pop japonesa e compras, compras!

Como chegar
A melhor maneira é o metrô. Você sai bem na Praça da Liberdade e daqui consegue chegar nos principais pontos do bairro a pé mesmo. Existem inúmeros estacionamentos, também facilita bastante. Os mais caros ficam nas adjacências das ruas Galvão Bueno, com a Rua dos Estudantes , Rua da Glória e Praça da Liberdade e quanto mais afastados deste quadrilátero, a hora/estacionamento vai barateando. Fique atento também que aos finais de semana os preços dos estacionamentos quase dobram.

Feirinha da Liberdade
Acontece aos sábados e domingos, das 9:00 às 18:00 hs, na Praça da Liberdade, até o finalzinho da R.Galvão Bueno. Fica bem cheio, principalmente, na época das festividades: em abril, o HanaMatsuri, em julho, o Tanabata Matsuri e em 31 de dezembro, a Festa do Moti Tsuki, que você já deve ter assistido rapidamente em algum telejornal matutino nesta data.
Na feirinha: um monte de coisa kitsch, para quem não está acostumado, mas sempre tem: os saquinhos vendendo os peixinhos beta, lanternas e luminárias de papel com ideogramas, plantas e vasos, mas só umas poucas barraquinhas, utensílios em bambu, como colheres, pentes, coçadores de costas (é, é isso mesmo que você está lendo), até com uma bolinha de borracha na ponta, para fazer massagens (toda casa de japonês tem), acessórios (brincos, anéis, pulseiras), material em couro (sandálias e bolsas), acessórios de decoração japoneses (fontes, persianas, amuletos, ba-guás) e... a parte da comida, lógico, todo o lado esquerdo da praça (pegando a Rua dos Estudantes).
Barracas disputadíssimas vendendo yakissoba, tempuras gigantes com camarão, ebiyaki, takoyaki e raspadinhas.

Como normalmente eu vou para me abastecer dos ingredientes para a culinária, (como o consumo aqui em casa é um tanto quanto frequente, é vantajoso ir até o bairro, do que comprar nos mercados comuns) prefiro ir durante a semana, que é bem mais sossegado.



Dicas:                                                                                                                                                         
-Preste atenção: você não está em Tóquio, ainda está em São Paulo. Apesar do policiamento, cuidado com bolsas e pertences pessoais. Não descuide...
-De novo, não se iluda... o lugar é sim, meio degradado, meio abandonado, as luminárias, o Torii estão sujos, há ambulantes em cima dos viadutos, alguns becos cheiram mal, então, nem tudo são flores....
- Não sei dizer, acho que nunca fui à noite, mas realmente não ficaria muito confortável. O bairro está colado à  Praça da Sé.. ponto nada seguro por aqui...
-Alguns lugares bem tradicionais (aqueles locais pequenos mesmo) só falam em japonês. Acho que você não terá que se preocupar muito, entrando só nos locais turísticos. Encontrei um local assim, onde o dono era já idoso, e o filho tinha saído um pouquinho, então com o meu parco japonês (minha mãe me xinga toda vez, para que eu fiz nihongakko (escola de japonês) tanto tempo!) consegui me comunicar.
-Não se assuste ao entrar em um restaurante e os donos gritarem para você: “Irashaimasê!!!”. É algo como “Seja bem vindo”. Vai fazer igual a um amigo de um amigo que saiu correndo achando que eles estavam dizendo exatamente o contrário, mandando ele embora...
-Não tenho dicas de lugares UAU, tipo chiquetê. Não sei dizer de lugares famosos “do” restaurante japonês, por exemplo, mas é um apanhado do que a grande maioria da colônia faz por aqui.


Para facilitar um pouco a sua vida:

(algumas parcas traduções):

.yakissoba: na verdade, todo mundo quando fala em comida japonesa, fala em ... yakissoba... sinto informar que não é japonês. É chinês! Preciso explicar mesmo? É o macarrão frito, com legumes, e carne (frango, carne ou porco) e o molho agridoce.
.tempuras: legumes ou frutos do mar (ou os dois) empanados e fritos
.ebiyaki: bolinhas recheadas com camarão e que levam um molho normalmente a base de shoyu e agridoce
.takoyaki: igual ao de cima, só que recheado com polvo
.raspadinhas: eu sei que é português, gente, mas não lembro muito de ter visto em outro lugar. Gelinho raspado, com calda a sua escolha (sabores de frutas) e leite condensado por cima.
.obentôs: é tipo um PF japonês, normalmente com sushi, oniguiri, um tipo de carne, como milanesa de frango, carne ou peixe, tempurá de legumes. Tem variações, mas o básico é isso.
.yakimanju: um bolinho assado com recheio de feijão azuki
.sembei: um biscoitinho fino, parecido com o nosso bijú.
.wasabi: uma pasta verde, de raiz forte, que acompanha sushis e sashimis
.missô: pasta de soja, usada para fazer sopas ou utilizada para temperos
.hondashi:tempero a base de peixe utilizada para fins diversos, no missoshiru, no nimono
.furikake:um temperinho seco, com vários sabores que utilizamos sobre o arroz
.shimeji e shiitake desidratado: tipos de cogumelos
.macarrão para udon: uma espécie de sopa, feita basicamente com um caldo a base de peixe, e complementos como aguê, kamaboko ou tikuwa e legumes
.sushi: o bolinho de arroz , que pode ser recheado ou coberto por peixe
.sashimi: peixe cru fresco (estou ouvindo um monte de ugh!!)
.banchá: chá verde
.futon: nosso edredon, só que tem uma camada bem grossa de fibras de algodão e revestidas com uma capa de algodão
.shikifuton: é a versão do futon mas com uma capa mais resistente e que vai ao chão, sobre tatames, para deitar por cima
.temakis: quase como os sushis, mas este fica em formato de cone e pode levar inúmeros recheios  também
.Missoshiru:sopa do missô

Como o post ficou levemente grande, achei melhor dividí-lo em duas partes. Consideremos esta, a primeira, como a parte técnica e depois conto nossos points.

Para conhecer e entender um pouco mais da cultura japonesa no Brasil, o link da NHK. Toda a colônia vê, já viu ou ouviu, em alguma época da vida.

Um comentário:

  1. Irashaimasê!!! Hahaha adorei o post. Me lembro que quando era criança, levava bronca do garçom quando pedia garfo: 'Você é japonês" Japonês usa hashi! Não tem garfo, não!!"

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